domingo, 25 de setembro de 2016

CORBYN É PARA LEVAR MAIS A SÉRIO



Desde que foi eleito para a liderança do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn (JC) tem sido um verdadeiro bombo da festa. E, embora não se possa considerar que fez e disse tudo certo (longe disso!) enquanto ocupante daquela função, o que há mais é quem afirme que o essencial das reações contrárias com que se tem vindo a defrontar provém das suas assumidas convicções políticas e ideológicas de esquerda, i.e., bem mais extremadas do que o que carateriza o Labour convencional e domesticado por anos de inclusão ativa no núcleo duro do sistema. Ao mesmo tempo que outros sublinham o irrealismo prático de algumas das suas perspetivas e opções, o que também não deixa de se confundir com medos da mudança e desejadas vontades de proteção de interesses instalados.

Seja como for, e apesar de muito fortemente contestado em todos os palcos, JC acaba de vencer tranquilamente a contenda interna para que foi desafiado e prossegue assim legitimamente em cena. Alguns incorrigíveis proclamam que estaremos agora a conhecer uma fase política na Europa cuja novidade se traduz na entrada em força de ideais de pendor populista nos partidos tradicionais e constitutivos das grandes famílias políticas (não obstante Corbyn nada ter a ver, por exemplo, com as inqualificáveis perversões de outros filiados no PSE, como sejam os extraordinários social-democratas eslovacos liderados por Fico...). Temos pois de admitir que vai ser curioso observar JC em ação perante eleições e eleitorados concretos e que só então avaliaremos conscientemente até que ponto poderá ser portador e agente de surpresas agradáveis – why not?

Sem comentários:

Enviar um comentário