domingo, 16 de julho de 2017

A PALAVRA DE STEINER


Ainda não tinha tido a oportunidade de aqui referenciar a prodigiosa entrevista feita a George Steiner por Luciana Leiderfarb para o “Expresso” e publicada na “Revista” há cerca de um mês. Aos 88 anos, e somewhat unwell, aquela notável figura, que vejo como um dos grandes intelectuais europeus contemporâneos – quem não se lembra do “continente dos cafés” em “A Ideia da Europa”? –, revela tanto em termos de lucidez e sabedoria como de desilusão e desapego à vida. Profere algumas afirmações surpreendentes e até chocantes, quase renegadas mesmo, e provoca-nos inevitavelmente um dominante lastro depressivo (“o verdadeiro crime é viver demasiado”, só para início de conversa). Mas deixa dito quase tudo daquilo que é decisivo consciencializarmos nesta nossa existência contemporânea – como bem o evidenciam aqueles excertos que simbolicamente escolhi e acima reproduzo e pelos quais perpassam dois grandes sentidos de esperança: a ciência em geral e o lema pessoal de sempre se “estar interessado em alguma coisa”. A ler e reler.

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