segunda-feira, 24 de julho de 2017

EM ÉVORA, NO FORUM EMPRESARIAL DO ALENTEJO




(Amanhã partilharei a canícula alentejana com uma intervenção no Forum Empresarial do Alentejo em Évora, a convite do Núcleo Empresarial da Região, oportunidade para discutir temas de competitividade e de atração de pessoas e de investimento…)

O painel é o primeiro logo depois da sessão de abertura e está centrado no tema Região do Alentejo, um território competitivo e atrativo: medidas para reforçar a competitividade e a atratividade de pessoas e de investimento. Cabe-me a intervenção de enquadramento deste painel, onde intervirão a EMBRAER, a UGT, a CIM do Alentejo Central, o Instituto Politécnico de Portalegre e o Hospital Espírito Santo de Évora.

Será uma oportunidade para me regozijar com a abordagem que está implícita no painel em que intervenho, articulando temas que regra geral são discutidos separadamente e, por isso, dando origem a intervenções e medidas de política ineficazes, que derretem recursos sem qualquer efeito prático que se veja.

As duas articulações que presidem ao painel são: a abordagem conjunta dos temas da competitividade e da atratividade, indissociáveis segundo a minha interpretação numa região como o Alentejo; a integração dos processos de atração de pessoas e de investimento. Ambas as articulações necessárias decorrem das fragilidades do sistema produtivo alentejano, apesar dos exemplos de inovação a que o FORUM dará o devido destaque, e do cenário demográfico que se coloca à Região.

Discutirei o assunto com abordagens que me são caras e que tenho a vindo a desenvolver ao longo.

A questão da competitividade (empresarial e territorial) é discutida em dois planos: o da organização interna e do espaço da empresa em que existe uma função relativamente bem conhecida dos fatores que condicionam a produtividade e a competitividade; o do entorno da empresa, em que a densidade industrial com que se partilha ambiente empresarial, a consistência do sistema regional de inovação em que a empresa se insere e a qualidade/diversidade dos serviços que podem ser oferecidos à empresa contam e de que maneira.

A questão da integração de atração de pessoas e de investimento explora as pistas de recente investigação de professores da Universidade de Aveiro, com o amigo Eduardo Anselmo Castro na equipa, que pioneiramente começaram a discutir e conceber previsões demográficas fazendo inserir na análise a dimensão económica, da produtividade e do crescimento económico. A importância do saldo migratório como fator de dinamicidade é explorada, pressupondo que a Região definirá as suas prioridades de atração de pessoas, pelo menos de jovens ativos qualificados, em função da sua estratégia de atração de investimento nacional e internacional. Não podemos ignorar que a Região pode optar por priorizar a atração de adultos reformados ou pré-reformados de rendimento médio-alto, que pode produzir efeitos favoráveis em termos de mercado interno e até de dinâmicas da sociedade civil. Mas, nesse caso, a atração de pessoas não contribuirá para o reequilíbrio demográfico, pois não tenderá a influenciar as condições de fertilidade futuras.

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